Copo de 3: Um Copo de 3 de Castelão

26 janeiro 2006

Um Copo de 3 de Castelão

Castelão a Rainha das Areias
Um das variedades tintas mais amplamente cultivadas em Portugal, a Castelão encontra-se no Alentejo, Estremadura, Setúbal e Ribatejo onde é chamado pelo nome regional de João de Santarém.
Porém, esta casta nacional provavelmente é conhecida melhor pelo seu apelido Periquita nome que adquiriu devido à associação ao nome do vinho Periquita, uma marca do produtor José Maria da Fonseca.
Na recente revisão das castas em Portugal o I.V.V. decidiu por ordem na sinonímia das castas nativas portuguesas e ficou definido que a casta se chama Castelão, com excepção da sub-região Santarém, na região DOC Ribatejo onde mantém o nome de João de Santarém.
A uva e o vinho
Os melhores vinhos, provêm geralmente da Península de Setúbal e são carnudos, equilibrados, possuem armas quentes a frutos e ervas silvestres e apresentam um elevado potencial de envelhecimento.
É considerada uma casta com uma produção irregular: tanto produz muito, originando vinhos concentrados de cor ruby e com elevada graduação alcoólica, como produz pouco dando origem a vinhos com pouca cor, acídulos e delgados. Quando jovens, os vinhos desta casta apresentam frequentemente fortes aromas de framboesa, com o estágio os vinhos assumem por vezes uma característica metálica.
É uma casta que se costuma utilizar muitas vezes em vinhos de lote, mas algumas zonas elaboram varietais a partir da mesma. Os melhores vinhos, provêm geralmente da Península de Setúbal e são carnudos, equilibrados, possuem armas quentes a frutos e ervas silvestres e apresentam um elevado potencial de envelhecimento.
Como bons exemplos desta casta temos os vinhos dos produtores Casa Ermelinda Freitas e Hero do Castanheiro, ambos da zona de Setúbal.
SINONÍMIA
Bairrada: Periquita, Trincadeira
Ribatejo: Periquita, Trincadeira, João de Santarém, Castelão Francês
Alentejo: Periquita, João de Santarém
Algarve: Periquita, Trincadeira
Cartaxo: Mortágua de Vide Branca
Torres Vedras: João de Santarém e Setúbal
Santa Marta de Penaguião: Tinta Merousa
Alenquer: Bartolomeu
Madeira: Bastardo Espanhol


Características Ampelográficas
FONTE: Catálogo das Castas da Região do Alentejo

Abrolhamento: 2.ª Quinzena de Março, no Concelho de Reguengos de Monsaraz.

Ramo Jovem: aberto; pigmentação antociânica na orla, de fraca intensidade; média densidade de pêlos aplicados e nula densidade de pêlos erectos.

Folha Jovem: página superior verde; média intensidade média da pigmentação antociânica das seis primeiras folhas; página inferior com forte densidade de pêlos aplicados entre as nervuras e média sobre estas; nula densidade de pêlos erectos entre e sobre as nervuras.

Flor: hermafrodita.

Vigor: forte.

Porte: semi-erecto.

Pâmpanos: verdes nas faces dorsal e ventral dos entre-nós e nós; pigmentação antociânica dos olhos nula.

Gavinhas: comprimento curto; distribuição regular descontínua com fórmula 02.

Folha Adulta média, limbo pentagonal com cinco lóbulos; página superior verde médio, de perfil irregular; fraco empolamento; sem enrugamento; ausência de ondulação do limbo entre as nervuras principais; dentes médios e médios em relação à largura da base, convexos; seio peciolar pouco aberto com a base em U e sem particularidade; seios laterais superiores abertos com a base nula; nervuras principais da página superior sem pigmentação antociânica, bem como as da página inferior; nervuras principais da página superior sem pilosidade erecta; página inferior com muito forte densidade de pêlos aplicados entre as nervuras e nula densidade de pêlos erectos; página inferior com forte densidade de pêlos aplicados das nervuras principais e nula densidade de pêlos erectos das mesmas; pecíolo de comprimento igual ao da nervura principal mediana, com fraca densidade de pêlos aplicados e nula densidade de pêlos erectos.

Cacho: muito pequeno, piramidal alado, medianamente compacto; pedúnculo muito curto e de fraca lenhificação.

Bago: pequeno, não uniforme; forma arredondada; secção transversal regular; epiderme preta azul, de cor não uniforme; forte pruína; película de média espessura, hilo pouco aparente; polpa não corada, medianamente consistente, suculenta, sabor sem particularidades; pedicelo curto e de difícil separação.

Grainhas: com forte dureza dos tegumentos; peso de 100 grainhas muito elevado; 0,60 mm de comprimento.

Sarmentos: secção transversal elíptica; superfície estriada; cor castanho amarelado; lentículas ausentes; nula densidade de pêlos erectos dos nós e nula extensão da pilosidade erecta dos entre-nós.
Revista dos Vinhos

1 comentário:

Anónimo disse...

A seguir de esta explicação técnica sobre a Periquita, cada vez mais gosto de saborear esta casta extraordinária que me aquece a alma

 
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