Copo de 3: Conversas com o vinho...

19 maio 2006

Conversas com o vinho...

Já por variadas vezes aconteceu falar com amigos sobre vinhos provados e ouvir o seguinte... esse vinho não me diz nada ou por exemplo que não se entende determinado de vinho, ou então que este vinho não dá para conversar com ele...
Ora bem que veja isto pode pensar que esta gente dos vinhos sofre de algum mal... pois mas não é bem assim pois o simples facto de dialogar com um vinho pode fornecer muita informação sobre o mesmo...
Afinal eu também gosto de falar com o vinho, penso que isso é fundamental para bem nos entendermos e saber entender o que ele nos diz então nem se fala... o pior é quando se abre o dito e a conversa não se entende, pode estar muito doente ou mesmo morto, mas também pode estar bem de saúde e nesse caso convém saber a nacionalidade do mesmo.
Analisando os casos temos:

Primeiro pode estar morto faz tanto tempo que pelo cheiro está tudo dito, ou então ainda não cheira pq morreu faz pouco tempo, também pode estar doente e a cura ser impossível.

Depois temos a possibilidade de um vinho ser estrangeiro e nesse caso ou se tem umas noções dessa mesma linguagem ou estamos feitos e não vamos entender nada da conversa, por vezes faz falta um dicionário para sabermos de onde vem, como se chama ou até quantos anos tem,
por isso mesmo no mundo do vinho convém ser um poliglota e dominar algumas das línguas mais faladas, sem ser o Português temos o Espanhol, Inglês, Francês, Alemâo ou Italiano

Outra questão preocupante é o provador conseguir descobrir o estado humorístico do dito, podemos ter sorte e ser um daqueles muito simples e sem complexos que conta a história toda da sua vida e não se cala... por vezes a conversa nem chega a ser conversa, pois pode simplesmente falar e ir embora.

Outro dos tipos que se podem encontrar é o tipo mais reservado e calmo, que temos de ir falando num tom calmo e sem pressas, colocando as nossas perguntas e obtendo as nossas respostas.

Um tipo que também pode aparecer é o casmurro, aquele que não quer falar, que por uma razão ou outra está mal com a vida, revoltado, confuso de ideias e não se lembra como ali foi parar, zangado mesmo, e que nos agride no meio do nariz sem qualquer razão, a este tipo de vinho é altamente recomendável colocar o mesmo no castigo... isto é, colocamos o dito numa sala estreita apenas com uma única saida, para que refresque as ideias, podem chamar-lhe decanter.
Muitos deles passado uma hora costumam lembrar-se de tudo e estão prontos para uma boa conversa... enquanto outros podem precisar de um tempo mais alargado.
Em casos extremos esse tempo pode ser tal, que o coitado mais valia ter ficado deitado sem ser incomodado.

O importante nisto tudo é pensarmos que a estrela não somos nós mas sim o que está à nossa frente, o VINHO, e que convem tentarmos sempre ter uma conversa amena e correcta e no final da mesma podemos sempre aprender bastante, e não se esqueça de o colocar a uma temperatura adequada... não o vai querer a bater os taninos nem a suar por todos os lados pois não ?

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