Copo de 3: Tapada do Barão Vinhos

31 março 2008

Tapada do Barão Vinhos

Aqui viveu, durante a parte final do Século XIX e primeira metade do Século XX, o grande mestre da música, D. Luís de Freitas Branco. Foi no Monte dos Perdigões que o seu discípulo Joly Braga dos Santos escreveu algumas das suas obras importantes.
“(...) Durante toda a infância e adolescência passa largas temporadas no Alentejo onde seu pai possui uma propriedade (o Monte dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz). Os longos passeios a cavalo aí realizados na companhia do pai marcam profunda e decisivamente toda a sua formação humana e intelectual.” ( Biografia de João de Freitas Branco)
Mas a casa, de traça toscana, e o monte acabaram por ser vendidos ao barão Sloet tot Everlo, já em pleno século XX. Foi ele quem concebeu a adega, tendo traçado os planos que levaram, já em posse da família Granadeiro, onde inseridos na Granacer S.A., surgem os vinhos TAPADA DO BARÃO.

Tapada do Barão Rosé 2006
Castas: Aragonez (10%), Castelão (73%) e Merlot (17%) - Estágio: 6 meses em Inox - 14% Vol.

Tonalidade ruby vivo com ligeiro toque salmão.
Nariz a lembrar morangos tocados pelo tempo, para além de maduros, com um toque vegetal em sintonia com tudo o resto. O tempo já anda a fazer das suas, mostrando um conjunto esbatido e com algum desgaste.
Boca diz o mesmo que o nariz, a prova tem pouco que dizer, a força vital deste vinho já passou, entrando na curva do esquecimento.

Um Rosé limitado e parco de encantos, o seu melhor já passou e resta esperar pela nova colheita para reviver melhores momentos que este vinho proporciona quando acabado de sair para o mercado.
12

Tapada do Barão Colheita 2006
Castas: - Estágio: 37,55% em Carvalho Allier, grão fino e tosta média, com o restante 62,55% a passar por inox - 13,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/baixa
Nariz a mostrar um vinho de carácter jovem e que se mostra de forma singela e delicada. A fruta presente mostra-se acompanhada de toque vegetal seco, fundo com ligeiro especiado condimenta o conjunto, recordando por momentos um travo de baunilha entre a nota fumada que tem em fundo.
Boca de entrada suave com lado vegetal mais presente que a componente da fruta, que se mostra fresca e bem madura. É um vinho que complementa a prova de nariz, equilibrado e com certo arredondamento e finura na passagem de boca. Final correcto sem grandes espacialidades.

Um vinho que se mostrou bastante correcto, fácil de agradar, fácil de cumprir os seus objectivos perante um consumo diário com qualidade. É daqueles vinhos que perante uma indecisão na hora de escolher se mostra uma escolha acertada para quem não quer gastar muito dinheiro e ter qualidade naquilo que bebe.
13,5

Tapada do Barão Reserva 2004
Castas: Trincadeira (28%), Alicante Bouschet (17%), Aragonez (17%), Syrah (14%), Cabernet Sauvignon (13%) e Tinta Caiada (12%) - Estágio: 12 meses em Carvalho Allier, grão fino e tosta média - 14% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta
Nariz a revelar um vinho coeso e de boa complexidade, a madeira está bem interligada com a fruta, tudo bem balanceado com a exuberância algo contida num conjunto que parece apostar no campo do equilíbrio de factores. O vegetal que se passeia entre aromas de tosta e fruta bem madura com pingo de compota, apimentado e algo comedido na maneira como se mostra, termina com frescura balsâmica de bom recorte.
Boca em sintonia com o mostrado na prova de nariz, um vinho afinado e a mostrar suavidade, com boa espacialidade durante toda a sua passagem. A presença vegetal, com ligeira secura, destaca-se um pouco sobre a fruta madura e de qualidade, tem uma boa dose de frescura que acompanha o conjunto, tosta com ligeiro cacau em pó. Aprumado e bastante agradável com final de boca de persistência média/alta.

Com um preço a rondar os 12€, é um vinho num grande momento de forma, que se deve aproveitar por agora e começar a pensar no próximo Reserva que vem a caminho.
15,5

Tapada do Barão Reserva 2005

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz algo fechado, um vinho que segue as pisadas do seu antecessor, apesar de um pouco mais vigoroso e com alguma austeridade ainda presente. Ligeiro químico presente que se difunde com tempo em copo, dando lugar a vegetal com a fruta bem madura e de boa qualidade. Num segundo plano meio difuso, temos toque balsâmico que se mistura com café e chocolate preto, compota e cravinho.
Boca a mostrar um vinho bem estruturado, corpo sólido e que dá uma prova integra e sem cambalear. Apesar de algum refinamento que já se vai sentido mostra atributos suficientes para uma boa evolução nos próximos tempos. Para já a prova é de qualidade e com prazer assegurado, fruta presente com vegetal em fundo.

Na fotografia com rótulo provisório, este vinho já deve ter entrado no mercado, com o preço a rondar os 12€ é mais uma aposta na qualidade e na consistência. Um vinho que mostra um cunho muito pessoal que se pode apreciar em toda a gama deste produtor.
16

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