Copo de 3: setembro 2012

28 setembro 2012

Tapada de Coelheiros Garrafeira 2007


Estar a escrever sobre um vinho da Tapada de Coelheiros é ao mesmo tempo estar a recordar com agrado os meus primeiros anos de enofilia e os primeiros grandes vinhos que me chegaram ao copo naquela altura. Foram vinhos como o Pêra Manca 1995 ou o Tapada Coelheiros Garrafeira 1996, os responsáveis por estar aqui hoje a escrever. Mas quem fala em tintos também fala em brancos sem esquecer aquele fantástico Chardonnay de planície que na altura tanto prazer me dava. A fama conquistada face à qualidade apresentada naqueles anos deram-lhe o peso e gabarito que ainda nos dias de hoje ostenta junto do consumidor Português. Aqui brilha ao mais alto nível a mão do enólogo, António Saramago, cujos vinhos apresentam um cunho meio bordalês que se vai refinando com alguns anos de garrafa. Na verdade nem todas as colheitas resultaram em vinhos brilhantes e passados alguns anos meio no limbo, a prova do Tapada Coelheiros 2004 mostrou que os altos e baixos acontecem a todos, volto agora com o Garrafeira 2007, vinho que enaltece o que de melhor se faz naquela casa e na planície Alentejana.

O lote é composto por Aragonez e Cabernet Sauvignon, 18 meses em casco de carvalho francês 100% novo e 18 meses em garrafa. Pelo que mostra, tanto se bebe agora com acompanhamento a condizer ou podemos guardar por mais uns tempos que ele não faz má cara. A prova é de grande categoria, cheio e vigoroso, ainda algo fechado, sente-se fruta negra bem redonda e opulenta, pimentão com pimenta, barrica já muito bem encostada, conjunto com algum peso e a pedir tempo. E com tempo vai aparecendo bálsamo vegetal com chocolate negro em fundo. Na boca é de grande amplitude, bom de corpo, enche o palato de fruta, um saber estar de grande nível ainda com taninos algo vigorosos, com frescura suficiente que percorre a boca, especiarias e toque de chocolate negro no longo e persistente final. Acompanhou com mestria um Cozido de Grão à Alentejana. 94pts

26 setembro 2012

Castrillo de Duero 2010

No seguimento das provas que tenho realizado dos vinhos do produtor Bodegas y Viñedos Maestro Tejero, termino a sequência com aquele que mais gostei, o Castrillo de Duero 2010. Este vinho é um 100% Tempranillo com passagem de 12 meses por barrica de carvalho francês, resultando 3,600 garrafas cujo preço por garrafa varia pelos 8-10€. Aqui notou-se mais uma vez um ligeiro upgrade qualitativo em relação ao vinho anterior, o Viña Almate, mostrando-se mais sério e ao mesmo tempo a dar uma prova envolvente com nariz bastante atraente, em que se sente frescura, qualidade e quantidade da fruta vermelha fresca e bem delineada, ligeiro bálsamo com toque de mocha em fundo. Dos três vinhos provados deste produtor foi o que se mostrou mais arredondado e convidativo, grande harmonia de conjunto, corpo mediano, tudo a condizer entre frescura e macieza, transporta-se para aqui aquela suavidade da baunilha e cacau num final que é prolongado e saboroso. Um vinho que dá prazer, que evolui muito bem no copo mostrando uma faceta bastante gastronómica e amiga da mesa. 91 pts

24 setembro 2012

Viña Almate 2011

Vem no seguimento da prova do A dos Tiempos 2011, do produtor  Bodegas y Viñedos Maestro Tejero, desta vez um vinho produzido em Valtiendas (Segovia) com vinhas situadas praticamente a 1000 metros de altitude, é exclusivamente Tempranillo com direito a estágio de 4 meses em barrica usada de carvalho francês que resulta em 10.000 garrafas com preço a rondar os 6€ cada.
Tanto cá em Portugal como lá fora as boas surpresas têm sempre lugar em qualquer bom copo, neste caso falo de vinhos acessíveis (tanto pela prova descomprometida como pelo preço) que dão um gozo tremendo a beber e o seu modo de estar é à mesa em amena cavaqueira com quem com eles deseje trocar umas palavras. Este Viña Almate 2011 apresentou-se ligeiramente mais sério que o anterior, com a fruta menos exposta mas com mais macieza e complexidade conferida pela madeira, aqui a limpeza de aromas é novamente bastante boa, frescura, bálsamo, especiaria doce e algum mineral lá no fundo. Corpo mediano com fruta fresca, baunilha a dar sensação de cremosidade envolta em frescura e taninos a conferir secura no final com boa persistência. É um vinho que se bebe muito bem, renovo o destaque da grande maleabilidade à mesa, deixando água na boca para os topos de gama deste produtor. A comprar sem receios... 90 pts

23 setembro 2012

A dos Tiempos 2011

É pela "mão" de alguns amigos que por vezes vou conhecendo alguns vinhos bastante interessantes e dignos de registo, é também com amigos que gosto de partilhar esses "achados". Tal aconteceu não faz muito tempo quando me foi apresentado o produtor de que agora falo. As Bodegas y Viñedos Maestro Tejero é um projecto recente e que tem vindo a ganhar notoriedade face a uma notável qualidade dos seus vinhos. O seu criador, Alfredo Maestro, é uma pessoa dinâmica com uma mais que saudável ponta de irreverência, os seus vinhos são apoiados numa viticultura o mais natural possível e a uma intervenção minimalista na adega, deixa-se falar o solo, deixa-se a cepa mostrar o que cada ano lhe gravou na alma. Resgatando vinhas velhas, Alfredo Maestro consegue depois lançar no mercado vinhos que nos deixam a pensar, onde a diferença que mostram é pela positiva e nos fazem parar e questionar o que temos no copo. É em Navalcarnero (Madrid) que nasce o vinho de nome A dos Tiempos 2011, um lote 50/50 de Tinto Fino com Garnacha, em que se realizaram duas vindimas em momentos/tempos diferentes. Passou 5 meses por barricas de carvalho francês de segundo ano, resultantes 3000 garrafas com preço a rondar os 6€. O resultado é um vinho fresco, centrado numa fruta muito limpa (o que se destaca em todos os vinhos deste produtor) e carnuda, sem que se note a barrica. Boca com acidez da fruta de caroço, cereja vermelha, framboesa, taninos a darem alguma secura ao conjunto. Mediana concentração com bom final. Muito boa apetência para a mesa... façamos-lhe a vontade pois então. 89 pts

20 setembro 2012

Diálogo branco 2011

É até ao dia de hoje, em que escrevo, o primeiro vinho com a chancela Niepoort que após a sua prova não me deu vontade de ter mais umas garrafas por perto. O Diálogo branco colheita de 2011 é e continua a ser um branco que não me conseguiu despertar grandes emoções, não me conseguiu proporcionar algo que nasce ou deveria nascer com todos os vinhos, saber e poder proporcionar... prazer. Não lhe achei piada, não gostei da maneira algo vaga e sem grande definição como se tentou apresentar, não gostei da sensação do parece que tem mas não tem, da tentativa forçada e do amontoado de coisas (fruta, flores) que torna a prova complicada e sem graça, porque a sensação de volume até está presente, supostamente proporcionada por uma madeira onde terá andado. Mas é pouco definido, sente-se que tem alguma fruta que da delicada e parca consistência se perde no meio do palato, caindo nalgum buraco imaginário, em mediana persistência. Esperava algo mais deste vinho até pelos 5/6€ que custa, quem sabe pelo peso da marca, no final de tudo é um Diálogo que não apetece ter... 87pts

18 setembro 2012

Quinta do Javali LBV 2007


Não será porventura do tipo de vinho que mais consuma cá por casa, leia-se LBV, o meu gosto pessoal sempre me inclinou mais para o consumo do estilo Tawny ao contrário dos Ruby onde o a categoria LBV se inclui. O vinho em causa é produzido na Quinta do Javali, um produtor do Douro que tem vindo a conquistar o mercado face à qualidade dos seus produtos, vinhos fora de modas com cunho personalizado e senhores do seu nariz. Aqui a coisa não muda de figura e segue uma linha de austeridade e secura dos seus camaradas tintos, não temos o típico Lbv docinho docinho, com a fruta a escorrer em calda e que explode na boca enchendo o palato de compota, nada disso. 
Este Javali tal como o nome indica é muito coeso, escuro, raçudo, seco, sem muita gordura e cheio de músculo compacto, chocolate negro com fruta negra (cereja, ameixa) a mostrar-se presente com boa concentração e frescura, todo o embrulho feito para perdurar no tempo, vai valer a pena guardar durante mais um tempo em cave. Na boca é igual ao nariz, coeso, alguma amplitude mas apertado na manifestação, taninos com chocolate preto e pimenta preta. Depois perguntamos o preço, sorrimos e queremos comprar mais... 91pts
PS: O preço de venda na adega do produtor é de 10€... 

14 setembro 2012

Sierra Cantabria Seleccion 2010

Insisto e persisto (por agora) no que anda lá por fora e merece ser conhecido, novamente com a chancela Eguren, desta vez um Rioja de recorte mais clássico. O Selección é dos vinhos mais baratos desta marca, 100% Tempranillo com 6 meses de inox e 6 meses de barrica (máximo 3 anos) de carvalho americano e francês cujo preço não passou dos 6€ . Uma vez que o provei lado a lado com o Protocolo 2010 encontrei neste uma fruta vermelha mais ácida e viva, conjunto mais assente em aromas carnudos de groselha, morango, cereja, com frescura e bravura, a interligar tudo isto o toque de regaliz e novamente a barrica integrada aporta toque fumado, alguma baunilha, tudo isto num conjunto que se faz sentir com alguma energia/força que pode e deve ser esbatida com tempo em garrafa. Na boca confirma o nariz, boa frescura com muita fruta para trincar, médio corpo com palato ainda a mostrar taninos que precisam de algum tempo para se entenderem. Um vinho bom de se conhecer, amigo da mesa e uma boa porta de entrada para a gama dos vinhos Eguren produzidos na Rioja. 89 pts

Protocolo 2010

Porque sempre gostei de conhecer o que por cá se faz e se foi fazendo, conhecer o passado para melhor entender o presente, também é verdade que sempre tive o gosto e a curiosidade em provar e descobrir o que outras paragens têm para oferecer. É devido a essa procura e a esse prazer da descoberta que em determinado momento da minha vida enófila encontrei o vinho que agora falo, não esta mas outra colheita mais antiga. É um vinho que nasce sobre a chancela de uma das mais importantes famílias do vinho em Espanha, Eguren, cujos "caldos" são de notável qualidade, desde os seus topos de gama (Alabaster, El Puntido, La Nieta, Amancio, Finca El Bosque ou o branco Organza) até este vinho de entrada de gama de nome Protocolo. O Protocolo é produzido no Domínio de Eguren, uma adega pensada para produzir vinhos ao melhor preço, abastecida por 15 vinhas espalhadas por Castilla-La Mancha, localizadas a cerca de 700 metros de altitude com idades compreendidas entre os 30-70 anos e produção controlada. A produção é alta, tal como o rigor do trabalho efectuado, este Protocolo (100% Tempranillo) custou-me numa pequena garrafeira do sul de Espanha a módica quantia de 2,50€ e teve direito a estágio em barrica de carvalho americano de 1-3 anos durante 3 meses.

Mostra pela prova que a fama e o proveito do nome Eguren não é um acaso, o vinho tem brilho próprio e pelo preço revela-se assustadoramente apelativo e arrebatador, direi mais, será muito complicado arranjar rival no seu patamar de preço/qualidade. O aroma é limpo e tipicamente varietal embora nada rectilíneo, limpo e fresco, com muita fruta vermelha (framboesa, frutos bosque) embrenhada no aconchego da madeira (baunilha) que lhe dá algum volume, terminando com especiaria. Boca de corpo mediano, bem delineado e estruturado, saboroso, dentro do que oferece sente-se a fruta, sente-se frescura, no fundo taninos conferem-lhe ainda tempo de vida, quiçá 1 ou 2 anos pela frente, o vinho vai desaparecendo dos copos e da garrafa, olhamos e não há mais... a boa prestação à mesa é de louvar.

É compra obrigatória para todos aqueles que o conseguirem encontrar,  esgota rapidamente e o preço a isso ajuda. 89 pts

13 setembro 2012

Dócil Loureiro 2011

Aquele a que antes chamaram de GiroSol viu em 2010 o nome mudar para Dócil,  agora na segunda colheita o que temos é um Loureiro manso, com menos açúcar e mais traço ao nível da fruta como da boa dose de mineralidade que aparenta ter, tudo por um preço que rondará os 7,80€. O vinho tem a chancela Niepoort Projectos e basicamente tenta transmutar a casta Loureiro para uma dimensão ligeiramente diferente daquela a que normalmente estamos acostumados. Sem mostrar grande exuberância, é algo tímido mas muito preciso naquilo que mostra, elegância e frescura, doçura suave, fruta (lima, maçã verde) limpa e delineada, toque de mineralidade em fundo, corpo redondinho com mediana persistência. A baixa graduação e também baixa temperatura a que deve ser servido transforma-o num miminho bom que se tem antes ou no início da refeição, a minha opção foi acompanhar com sushi do mais variado, aguentou-se mais que bem. 90 pts

07 setembro 2012

Quinta de Linhares... os meus Verdes de Verão.

 Se nunca ouviu falar em Quinta de Linhares (Vinhos Verdes) não sabe o que anda a perder, foi para mim sem sombra de dúvida a surpresa e revelação mais fresca deste Verão. Primeiro estranhamos, rótulos diferentes do que estamos acostumados a ver e a ouvir falar, por ali moram nomes que raramente nos batem no copo a solo, Azal ou Avesso são exemplo. O receio que nos apareça no copo mutantes travestidos de monos com tamanha acidez capaz de derreter o melhor cristal soprado começa a percorrer a nossa mente, felizmente não passa de uma ideia rocambolesca pois os vinhos mal entram no copo mostram todo o seu esplendor com  frescura, limpeza e mineralidade... sim, daquela que não parece um amontoado de pedras sujas e sem gracinha nenhuma. O preço aqui torna-se também ele um aliciante, rondará os 5€ ou algo menos por cada exemplar, poderei estar ligeiramente errado mas penso que não devem fugir muito disto. Caramba gostei mesmo... 
Quinta de Linhares Loureiro 2011
Pelo primeiro impacto mostra ser um loureiro pacato, apesar de ligeiro e delicado é ultra compacto e fresco, de todos claramente o que menos se mostra e menos exuberância tem. Reinam as sensações citrinas com toque vegetal característico do Loureiro, boa secura em boca com final algo curto. 87pts

Quinta de Linhares Azal 2011
Não é dos que mais fruta mostra, a casta talvez não dê para mais, a que tem é da boa com toques de toranja, lima, todo ele muito mais virado para o toque herbáceo e mineralidade. Vinho fresco e bastante agradável, entra a saber a fruta, quiçá com toque de algum doce da mesma, depois vira-se para o vegetal e mineral até ao final, onde uma secura que pede comida por perto impera. 90pts

Quinta de Linhares Avesso 2011
Gostei da maneira como os aromas (de boa expressão) de fruta tropical se misturam com a secura e austeridade mineral, pelo meio ligeiro floral que resulta num vinho fresco e com alguma amplitude, este em conjunto com o Colheita Seleccionada foram os que mais gostei, ambos emparelharam com a bicheza do mar, salteada, grelhada ou acondicionada no tacho e nunca se deram por vencidos. Mais houvesse na mesa e no copo... 91pts

Quinta de Linhares Colheita Seleccionada 2011
Por razões óbvias do lote é o que se mostra mais complexo e também mais vinho, mais sério e composto. A frescura de boca torna-o bastante apetecível, tudo muito limpo e arrumado, bem detalhado e a limitar-se apenas ao que as castas têm de melhor para oferecer. Talvez por isso consigamos diferenciar e bem todos os 4 sem que a paleta de aromas seja igual de um para outro. 91pts

06 setembro 2012

Periquita Reserva 2009

O Periquita foi reinventado, surge com novo disfarce, nova roupagem que o transforma noutro vinho mais ao gosto das línguas estrangeiras. Daquele vinho que ganhou nome da "Cova" onde nasceu pouco nos resta, daquele vinho que deu nome à casta por ser feito da mesma... pouco resta, tudo muda e tudo passa. Hoje o que nos cai no copo em jeito de Reserva é um tinto moderno, cheio de tiques massificados pela urbe e tanto que eu gostava de ter encontrado aqui um 100% Castelão de vinhas velhas. Deste Reserva o que salta à vista é um vinho moderno, pleno de equilíbrio e lascivo apontamento adocicado combinado pela fruta e barrica. Na boca replica tudo o encontrado no nariz, boa presença, gordo, redondo e com frescura, tudo muito tentador mas não deixo de pensar como o Periquita Clássico me deixa saudades. 90pts

04 setembro 2012

Vineaticu branco 2011

Um bom branco da Quinta da Nespereira (Dão) que nasceu pela primeira vez na colheita de 2009, agora estamos com o 2011 no copo, um branco fresco, resultante do casamento entre a Encruzado e o Verdelho com núpcias em Carvalho Francês. Mostra secura do conjunto com bom desembaraço à mesa, destaque para a prestação da fruta (citrinos) com notável austeridade mineral em fundo, tudo limpo e bem fresco com madeira sem se dar por ela. Pouco amontoado a nível de aromas o que é bom sinal, mais algum tempo de garrafa e a coisa vai certamente desembrulhar-se e desenvolver-se no bom sentido. O preço indicado é considerado simpático e ajustado face ao que se encontra, rondará os 5€, pessoalmente penso que o vinho merecia melhor sorte no rótulo. 88 pts

03 setembro 2012

.Beb Premium 2009

Este é um dos vinhos que mais prazer me tem dado nos últimos tempos, falo do .Beb Premium 2009 do Tiago Cabaço (Estremoz). São vinhos agora com nova "casa" que cativam pela maneira como falam com quem os aborda tal como o seu mentor e dono, que com a Enologia de Susana Estéban tem vindo a conseguir vinhos sérios mas de fácil empatia, uma fórmula de sucesso que foi encontrada e que se espalha um pouco por toda a gama deste jovem produtor do Alentejo onde se mistura com mestria o traço da modernidade com a da tradição. Uma visita foi já realizada,os vinhos foram apresentados em conjunto com os da sua mãe, Margarida Cabaço, num momento que irei dar o devido e merecido destaque nos próximos dias. Por agora falo do que tenho no copo, num vinho acessível pelo preço a rondar os 6/7€ a proporcionar uma prova muito apelativa que convida a beber, fruta limpa e madura, bem casada com a barrica (2º e 3º ano), redondo, concentrado e com frescura suave num conjunto que apresenta complexidade e elegância. 91 pts
 
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