Copo de 3: janeiro 2016

29 janeiro 2016

Soalheiro Oppaco tinto 2013

Dá pelo nome de Oppaco e é o primeiro Soalheiro tinto nascido na colheita 2013, baseado nas castas Vinhão e Alvarinho. Novamente a palavra inovação em foco, uma vez que se trata do primeiro vinho tinto da região com lote de uvas tintas e uvas brancas. O resultado é um vinho que alia a rusticidade da casta Vinhão, domada pela frescura e elegância que a casta Alvarinho mostra nas mãos de Luís Cerdeira. Grande frescura de conjunto, aromas limpos e definidos, aquela rusticidade que se faz sentir num misto de fruta muito presente mas ao mesmo tempo a mostrar um conjunto muito novo e cheio de energia. Diferente e senhor do seu nariz, identidade própria a pedir comida regional por perto, desde Galo de cabidela a uns Rojões à moda do Minho. 91 pts

23 janeiro 2016

Quinta do Cardo Touriga Nacional Reserva 2012

O vinho Quinta do Cardo Touriga Nacional Reserva 2012 tem direito a 20 meses em barricas de carvalho francês e mostra-se ainda muito jovem, tudo ainda novo apesar de contar já com três anos de vida, bem focado na casta e nos seus principais descritores. Grande frescura e vigor de conjunto, austeridade mineral em fundo com ligeiro terroso, muita fruta misturada num vinho que de momento parece um novelo apertado e coeso a precisar de mais tempo para melhor se desenrolar na garrafa. Aberto nesta altura irá beneficiar de decantação, será bom companheiro de pratos de forte temperamento como por exemplo uma feijoada de javali. 91 pts 

22 janeiro 2016

Quinta dos Murças Reserva 2011



É do Esporão e vem do Douro, mais propriamente da Quinta dos Murças, este Reserva 2011 que nasce de vinhas com quase meio século de história. A vinificação teve direito a passagem em lagares de granito com pisa-a-pé e posterior passagem por madeira durante 12 meses. O resultado é um grande vinho, daqueles que uma vez agarrados ao copo não dá vontade de o largar. Complexo e com uma bela intensidade, um vinho cheio de carácter com o Douro bem vincado, fruta madura muito limpa e em grande destaque que combinam com ervas de cheiro, balsâmicos, especiaria e ligeira grafite em fundo. A elegância e harmonia surgem também no palato, uma prova cheia de sabor com a fruta bem firme em destaque, bom volume com taninos finos a acenar em pano de fundo.Um belíssimo vinho para beber agora com uma perna de cabrito no forno ou guardar por uns bons anos. 94 pts

20 janeiro 2016

Quinta do Cardo 2014


O Quinta do Cardo (Beira Interior) tinto 2014, feito a partir de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, com estágio de 9 meses em barrica de carvalho francês. O vinho foi para mim uma surpresa pela forma desempoeirada e fresca como se mostrou, a fruta muito solta e bem delineada, saborosa, ligeiro floral num conjunto coeso e bem estruturado. A passagem por barrica complementa o aroma e arredonda-o ligeiramente no palato, sem perder todo o vigor da juventude, num vinho feito a pensar nos bons momentos à mesa e que se mostra ideal mesmo face ao preço para um consumo diário com qualidade bem acima da média. 89 pts 

19 janeiro 2016

Vila Santa Reserva 2013


É um dos novos clássicos do Alentejo, um vinho nascido na colheita de 1992 pelas mãos de João Portugal Ramos e que até à data soube como poucos conquistar o seu espaço. Mostrou desde sempre uma invejável consistência colheita após colheita aliando uma belíssima capacidade de aguentar a passagem do tempo. Se a tudo isto se juntar um preço que praticamente se manteve o mesmo, ronda os 10€, estamos perante um daqueles exemplares que ano após ano sabemos com o que podemos contar. Enquanto novo mora nele um certo toque de austeridade, aliando a boa frescura com o normal arredondamento dado pela passagem em madeira. É abraçado por notas de cacau e muita fruta vermelha, madura e limpa, especiaria no fundo. Estruturado com boa acidez, coeso, amplo e de boa persistência, cheio de nervo a dizer que ainda vai durar. 91 pts

18 janeiro 2016

Cabriz Reserva 2012

Comparativamente ao Colheita Seleccionada damos como seria de esperar, um salto na qualidade. Este Cabriz Reserva 2012 mostra ter uns aromas de fruta mais fresca, limpa e um conjunto que mostra já ter algo mais de interesse, a chamada complexidade. Deixa de lado aquele travo simplista do Colheita Seleccionada e mostra um pouco mais de carácter associado à região onde nasce. De resto é um vinho moderno, custa coisa de 8€, onde a fruta surge ligeiramente escondida pela barrica, cacau, apontamento balsâmico com toque de especiarias em fundo. Ligeiro vigor no palato, fruta presente, boa amplitude com final a mostrar ligeira secura. 90 pts

17 janeiro 2016

Cabriz Colheita Seleccionada 2013

A relação qualidade/preço sempre foi um dos trunfos dos vinhos Cabriz (Dão) e os vinho que aqui se destaca é disso o maior exemplo. A celebrar 25 anos de história surge com uma nova imagem este Cabriz Colheita Seleccionada 2013 bem conhecido dos consumidores. Um vinho muito directo e de fácil abordagem, cantos arredondados e de perfil muito fácil de se gostar com fruta a surgir madura e de apontamento morno e ligeiramente adocicado, com ligeiro cacau, travo vegetal de fundo. A produção total são 2.500.000 garrafas de um vinho redondinho, preço de 3,99€, com ligeira frescura e muito correcto face ao patamar de qualidade em que se situa. 86 pts

15 janeiro 2016

Porta da Ravessa Reserva 2013

A marca dispensa grandes apresentações e é sobejamente conhecido este vinho produzido na Adega de Redondo, uma Adega Cooperativa que teve o seu tempo áureo mas que depois se deixou encobrir por uma penumbra de vinhos que a mim me cativam muito pouco. Estranhamente algumas das Cooperativas sediadas no Alentejo parece que perderam o comboio e ficaram literalmente à deriva, Redondo, Portalegre e Granja/Amareleja são disso exemplo. Neste caso é de ressalvar o esforço que tem sido feito durante a última década para relançar marcas com nova roupagem mas infelizmente aquilo que lá vem dentro continua longe da qualidade de vinhos produzidos em outras Adegas Cooperativas do Alentejo. Este "novo" Porta da Ravessa em formato Reserva, com preço a rondar os 4€, do qual desconhecia por completo a sua existência, chegou-me ao copo envolto em ameixa muito madura, frescura e um ligeiro toque herbáceo de fundo, aconchego de ligeira compota em fundo. Boca com alguma vivacidade, corpo mediano com passagem marcada pela fruta e ligeira secura final. É um bom vinho, correcto e acima do que me recordo ser o "normal" Porta da Ravessa, mas Reserva ? 87 pts

12 janeiro 2016

Ramos Pinto Vintage 2000

O dia foi especial, de comemoração, um daqueles momentos em que se abrem vinhos que temos vindo a guardar ao longo dos anos para alturas como as que agora relato, especiais. Um Porto Vintage é sempre um vinho carregado de simbolismo e que encerra dentro dele a essência de uma só colheita. Neste caso foi um Ramos Pinto Vintage 2000 que com 15 anos de vida se mostrou numa belíssima forma a dar sinais de serenidade e acalmia, o que implica dizer que perdeu parte da força que teve na juventude e começou a entrar no campo das sensações mais acetinadas. Os aromas deambulam entre frutos vermelhos e negros, com mistura de frutos silvestres, ameixa e cereja muito madura com toque de licor. Fruto da complexidade que foi desenvolvendo ao longo dos anos, surgem os aromas de chocolate preto, pimenta preta e um muito agradável toque balsâmico em segundo plano. Dá uma prova muito elegante e fresca, sem grandes arestas e com retoques acetinados repletos de fruta que se prolonga em companhia de especiarias num longo final. Mostra um grande equilíbrio entre acidez/estrutura/doçura sem quebras o que faz com que desapareça da garrafa num instante. 93 pts

05 janeiro 2016

Ano 2016


Que sirva como mero marco comemorativo de mais um ano de escrita e prova de vinhos. Um fantástico 2016 para todos aqueles que vão lendo o Copo de 3 e como vai sendo hábito, encontramos por aí.
 
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